quarta-feira, novembro 15, 2006

agora câmera morta
sem imagem e significa
do,
o ano engloba: Aorta que
brada. Entenda-se as
sim assim
Se desmaia na hora que que
Ima, perpassa

aí :

O que essa noite tem de frio que as mãos se juntam fortes sem pensarem em orações, então outras mãos se juntam com o vento em seus rostos, mas não há esperança, nem mesmo.

Esta manhã das Moedas

Esta manhã estava fria e com névoa, ele entrou no banheiro, era um garoto de oito anos que se preparava para sair e ir à escola. Colocou a mão no bolso, tirou de lá uma moeda, olhou-a. Ele teve que fechar os olhos rapidamente, a luz refletira na moeda e esta se livra da mão e mergulha fundo no vaso sanitário. Abaixou e tentou ver a moeda, mas não viu. Já era hora de ir. Andava olhando o chão. Não é verdade que se se perde uma moeda ganha-se outra? Pois era. Achou perto de um jornal uma moeda de valor mais alto do que a que perdera, pegou-a e foi.
Esta manhã estava fria, garoava um pouco e a névoa estava lá também. No banheiro ele tomou coragem e jogou a moeda na privada, um sorriso em seu rosto se formava. Aí então, com passos apressados chegou lá mesmo onde achou a moeda, viu outra. Era mágica, a fábula estava feita: a cada moeda que ele jogava na privada outra lhe aparecia na calçada.
Nesta manhã um velho homem esperava que lhe jogassem moedas da janela. Colocava a mão na testa como uma viseira, tentava enxergar melhor os vultos de dentro do quarto, esperava que lhe jogasse moedas. Há pessoas que gostam do barulho que elas fazem ao se chocarem com o chão. O velho míope sempre acabava deixando uma, sempre uma.
CCA

terça-feira, novembro 14, 2006

e me arrasta consigo sem objetivo

Te cria, parece múltiplo,
é real que por minutos
- você na realidade –
sente bem e não vê pela fresta.
Se cair não faz mal
Morro pelos segundos
verso vigente no passado
No branco e preto de um susto:
Um homem esticado de um
lado, de outro um anão.
Oco provisório?
Tudo era verdade
Tudo era mentido
A calma pioneira do
descobridor na
alma reprise do
replicador
Ninguém precisa destes versos
Não imagino nada destes versos
Pode querer isso?
Mas eu não quero!Eu passo e esqueço.
Penso antes automático
Esqueço e sou esquecido
Sem óculos vejo
Face à face a cara
dura e torta
Ser humana
O que tem isso a ver
com palhaço.
Se voltar é horrível.
CCA 5/Ago/2006



o que se consegue para um dia
mas nada é tão natural como parece