domingo, setembro 23, 2012





Meus sapatos andam no teto, seguem
uma lógica alienígena a mim
carregam dentro algumas cicatrizes
não sei se minhas ou de quem

ando descalço pelos  lábios que
estalam frases lidas, rimas infantis
algumas noites percorrem corpos que não falam.

vestido com meias e calçados iguais a todos
amor de mãe, irmão, atriz
de línguas que embalam meu retorno
volto pra casa e venho de longe – sempre

o que é de mim não é remunerado
vai ao acaso, leva, o amor alhures
chego em casa desencontrado
e sem sapatos – impune.

terça-feira, setembro 11, 2012

eles veem






se eu pudesse ver estradas que não fossem só palavras.

mas as palavras pulam asfaltos,
ou me fazem pular
elas continuam as mesmas
em outras bocas

palavras juntas
um caminho, um mapa
quero pensar que escrevo


o que veem em mim verdadeiro
quando ando meio torto, caído na rua.
As palavras não escondem, me perco