quinta-feira, janeiro 30, 2014

tenho suas mãos
e todos os filmes de James Dean

não falo e você me escuta
o chuveiro e sua chuva
contida

a estrutura do dia
os nossos rostos
que se ursupam

a noite nos seus dentes
sangra
na sua respiração uma música
ameaçadora

só peço: respire, respire.
Mas isso é passado e eu tropeço

o rio ou açude ou represa
não importa o que nos afoga
a porta abre
e respira.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Que


Você seu seminazista
verde
seu seminaristazinho
a fruta verde que nos assiste
não é maçã, a sua flor
por quem eu cheiro
piano e chuva por onde te
não vamos por esse caminho
é só descer essa escada
que a nossa raiva,
não vamos, passa
que eu te enojo ou me despreza
antes, as suas costas tão gráficas e
angulosas (que continuo vendo)
onde nunca houve ablução.
Nos deitamos pálidos os tênis sujos
a cara torta dos recém-nascidos
mas os sorrisos (maduros ou sementes?)
resumidos, satisfeitos, sol o dia inteiro,
(se preferes) até a raiz que roemos,
enfim,
espreguiçados ao vento.