quinta-feira, abril 17, 2014

que me vê

odeio quando paro
na metade
casulo enclausurado

ódio a rasura de
um outro me escrevendo
borboleta sem asa na noite
sem poema

mariposa reescrevendo
as chuvas de minha vida
rasgada no calor
imperial das minhas falas

a não percepção de que me entendem
descrente, assexuado, demente.




quinta-feira, abril 03, 2014

serão sonhos

escrever
um pedaço de pão
adeus

as formigas se apossam do seu corpo todo
esse sonho que tive hoje realmente me fazendo
pensar, me fazendo parar a cada vinte segundos
ele não terminou depois de que acordei por que
começa muito antes de dormir e irá até, pelo menos
o fim dos meus dias, sorte será se só até aí.

se a morte um mergulho em que me liberte de todas
as formigas ou
rachada a espinha no chão molhado e ache
outros trejeitos, alguma roupa
minimamente limpa, ande como um sujeito
extremamente pertinente em que seu ponto
final esteja perfeitamente esclarecido.