domingo, julho 06, 2014

me escondo
na poeira que não
está à vista
que as asas
deixam enquanto levam
traços e pontos
de memórias
abraços quentes
ainda sou suas roupas
enquanto a máquina
engole e lava
algo há em nós
mas não posso achar ainda em outro
como o cosmos em que estamos
como sempre será o cosmos
em que estamos
as nuvens carregadas de
nossas músicas ainda estarão
revoltas em tempestades
na chuva calma dos olás
em um dia à noite em um dia
à tarde em um dia
um dia.

cinzas e ossos

azuis pássaros
em seus ombros
brincam ainda da verdade
monoteísta do seu amor

o que leva ao cloro de suas veias
na boca, não ainda um vampiro

erro anotações quando meia-noite
meio-dia

espero em 1934 a carta
que lerei hoje em seu quarto

os pássaros já evoluídos em
dinossauros que nos acarinham
um poema ainda em seu fóssil
lembrando nossa morte prematura