Talvez a carta nunca chegue
a resposta
Mas dezembro está aí
veja só
ou junto de outro
Foi neste mês que voltei
de tantas coisas,
menos de você
O joelho me lembra
a queda próxima
mas os dentes ainda bons
as palavras ainda boas
os livros ainda bons
o fim ainda bom
se espera
ou eu corro
como toda aquela velocidade, sabe
a Coragem de quem dorme todo noite
nessa entrega de não saber ser irá
acordar.
domingo, dezembro 25, 2016
quinta-feira, outubro 27, 2016
poderei
ando ainda naquela terra
percebo as formigas quando
tarde demais as picadas
Ainda o destruidor
daqueles seres sempre
o cheiro a grama desce a água
as gotas no braço
Posso então voltar
agora o simulacro
a chuva depois deste
último mês as roupas
Sei que não posso
não poderei
Só há o desejo
de copiar
o intruso a palavra
só o que não poderei
mas as folhas minúsculas verdes
meus olhos o intruso
chegando em boa hora
que senta à mesa
e toma o café.
percebo as formigas quando
tarde demais as picadas
Ainda o destruidor
daqueles seres sempre
o cheiro a grama desce a água
as gotas no braço
Posso então voltar
agora o simulacro
a chuva depois deste
último mês as roupas
Sei que não posso
não poderei
Só há o desejo
de copiar
o intruso a palavra
só o que não poderei
mas as folhas minúsculas verdes
meus olhos o intruso
chegando em boa hora
que senta à mesa
e toma o café.
quinta-feira, julho 28, 2016
Vérti-ce
Que você seja mesmo um senhor
respeitável
mas você não tem essa educação
ainda assim
o sol dos sussurros
mesmo à sombra
de nossas mãos
e posso ser você
enquanto lê
enquanto todos dormem
e me acorda, e reconhece
meus olhos assombrados
e terminará por me deixar
por que só poderei ver palavras
reflito, no porto
e não barcos
e não asas
mas afinal, um encontro
respeitável
mas você não tem essa educação
ainda assim
o sol dos sussurros
mesmo à sombra
de nossas mãos
e posso ser você
enquanto lê
enquanto todos dormem
e me acorda, e reconhece
meus olhos assombrados
e terminará por me deixar
por que só poderei ver palavras
reflito, no porto
e não barcos
e não asas
mas afinal, um encontro
sábado, abril 09, 2016
O abraço da resistência
Para vocês que têm se sentido
furtados
eu que tenho chorado
nestes tempos sempre
Por vozes que ainda resistem
e ainda não são nada
(tenho tentado conciliar todos esses
anos
do ridículo do diluído
do que alegra também)
Apesar da certeza do fracasso
enfim
a persistência do inoportuno
Mesmo que no que escuro
para vocês
o abraço da resistência.
furtados
eu que tenho chorado
nestes tempos sempre
Por vozes que ainda resistem
e ainda não são nada
(tenho tentado conciliar todos esses
anos
do ridículo do diluído
do que alegra também)
Apesar da certeza do fracasso
enfim
a persistência do inoportuno
Mesmo que no que escuro
para vocês
o abraço da resistência.
sábado, março 19, 2016
Nossa taxonomia
O reino humano
O filo humano
A classe humana
A Ordem humana
A Família humana
O gênero humano
A espécie humana
A farsa humana
O filo humano
A classe humana
A Ordem humana
A Família humana
O gênero humano
A espécie humana
A farsa humana
quarta-feira, fevereiro 24, 2016
dias após dia
Não tenho por onde falar
e o perigo de parecer místico
neste voto de silêncio
mas tenho por decidir
o passado, as flores postas
na água tardiamente
ou ainda este presente
radioativo
lavo minhas roupas na chuva
fervo a água de nossas conversas
que a rede estica e encolhe
me encolhe
a casa que construirmos já
destruída
ou não sabemos escrever
nos destroços
conhecemos já as pedras
e temos nossos dentes.
e o perigo de parecer místico
neste voto de silêncio
mas tenho por decidir
o passado, as flores postas
na água tardiamente
ou ainda este presente
radioativo
lavo minhas roupas na chuva
fervo a água de nossas conversas
que a rede estica e encolhe
me encolhe
a casa que construirmos já
destruída
ou não sabemos escrever
nos destroços
conhecemos já as pedras
e temos nossos dentes.
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