Iremos de viagem
ondas brilhantes
sairão de nossas cabeças
agora elas as responsáveis
por remar
pelas bocas das rodovias
saberemos contar em todas as línguas
e mais, em línguas antes não vividas
fadadas a se destruírem trocaremos
nossas roupas por troncos de velhas árvores
de canela que incutirão seu cheiro para sempre
na mente e nas mãos de quem nos ver passar
estaremos sempre no nosso
destino e não mais nele,
que será sempre secreto (mesmo a nós)
a fim de não mais lembrarmos como éramos ontem
Seremos mais comuns aos animais por onde passarmos
do que em frente ao espelho. Não haverá retorno
Não haverá retorno, todos dirão.
Fingindo temer o que desejamos embarcaremos
nesta Nau
naquela Nave
dentro de Rodas
com estas Asas
por aqueles Pés
e buscaremos o que antes ninguém nos perguntaria.
domingo, dezembro 21, 2014
quarta-feira, dezembro 03, 2014
D Ponto
Dezembro é tão pequeno
escondido, intravenoso
nos arroubos, nas vendas
que cobrem as felicitações
as aparições.
cubra seus olhos
os dias mal falados e ansiados
a árvore dos eventos gorda, oca
no mar dos cabelos, bolos, espelhos.
desconheço
num fim do dia que estala
abro a caixa, a chave nos ombros
ele sai, o Mês, e ri desanestesiado
acaba.
sábado, outubro 25, 2014
ciências
Atravessara as incompreensões
como quem passa ao lado do césio 137
Ou hoje desistira ainda lhe perguntassem
a noite que não se esquece
me escrevendo cartas dentro da boca
no céu da boca
a constelação que brilha de seus olhos
as minhas mais brilhantes mentirosas
palavras
a mais alta tecnologia empregada em
me auto destruir
na sua frente.
sexta-feira, agosto 22, 2014
rios
Desapelidamos os rios
com nomes de santos
também não corro por
neles alcunhas indígenas
gemas
na fritura da panela
mas música e palavra
assine e não comente
por que não só o dente
dói
mas o homem na farmácia
lê-nos religiões
enquanto espera nossa
desonra
nossa deshora
e não chegaremos
a casa não é nossa
ainda que gerações
limpem por eras
o rio de nosso nome.
domingo, julho 06, 2014
cinzas e ossos
azuis pássaros
em seus ombros
brincam ainda da verdade
monoteísta do seu amor
o que leva ao cloro de suas veias
na boca, não ainda um vampiro
erro anotações quando meia-noite
meio-dia
espero em 1934 a carta
que lerei hoje em seu quarto
os pássaros já evoluídos em
dinossauros que nos acarinham
um poema ainda em seu fóssil
lembrando nossa morte prematura
em seus ombros
brincam ainda da verdade
monoteísta do seu amor
o que leva ao cloro de suas veias
na boca, não ainda um vampiro
erro anotações quando meia-noite
meio-dia
espero em 1934 a carta
que lerei hoje em seu quarto
os pássaros já evoluídos em
dinossauros que nos acarinham
um poema ainda em seu fóssil
lembrando nossa morte prematura
quinta-feira, abril 17, 2014
que me vê
odeio quando paro
na metade
casulo enclausurado
ódio a rasura de
um outro me escrevendo
borboleta sem asa na noite
sem poema
mariposa reescrevendo
as chuvas de minha vida
rasgada no calor
imperial das minhas falas
a não percepção de que me entendem
descrente, assexuado, demente.
na metade
casulo enclausurado
ódio a rasura de
um outro me escrevendo
borboleta sem asa na noite
sem poema
mariposa reescrevendo
as chuvas de minha vida
rasgada no calor
imperial das minhas falas
a não percepção de que me entendem
descrente, assexuado, demente.
quinta-feira, abril 03, 2014
serão sonhos
escrever
um pedaço de pão
adeus
as formigas se apossam do seu corpo todo
esse sonho que tive hoje realmente me fazendo
pensar, me fazendo parar a cada vinte segundos
ele não terminou depois de que acordei por que
começa muito antes de dormir e irá até, pelo menos
o fim dos meus dias, sorte será se só até aí.
se a morte um mergulho em que me liberte de todas
as formigas ou
rachada a espinha no chão molhado e ache
outros trejeitos, alguma roupa
minimamente limpa, ande como um sujeito
extremamente pertinente em que seu ponto
final esteja perfeitamente esclarecido.
um pedaço de pão
adeus
as formigas se apossam do seu corpo todo
esse sonho que tive hoje realmente me fazendo
pensar, me fazendo parar a cada vinte segundos
ele não terminou depois de que acordei por que
começa muito antes de dormir e irá até, pelo menos
o fim dos meus dias, sorte será se só até aí.
se a morte um mergulho em que me liberte de todas
as formigas ou
rachada a espinha no chão molhado e ache
outros trejeitos, alguma roupa
minimamente limpa, ande como um sujeito
extremamente pertinente em que seu ponto
final esteja perfeitamente esclarecido.
segunda-feira, março 24, 2014
quinta-feira, fevereiro 13, 2014
especulações
uma escada
em espiral
ouço no topo
da cabeça
tudo que
você precisa
um escalpo
de felicidade
saliva nos degraus
gengivas
são esperanças
que a morte
aliance a corda
dos dias que ainda
nos
restam, a natureza
sempre nossa
nas ruas as pernas
sem decência a
mente é que nos lambe
nos sorrisos
mentirosos
en
fim
feli
zes.
quinta-feira, janeiro 30, 2014
tenho suas mãos
e todos os filmes de James Dean
não falo e você me escuta
o chuveiro e sua chuva
contida
a estrutura do dia
os nossos rostos
que se ursupam
a noite nos seus dentes
sangra
na sua respiração uma música
ameaçadora
só peço: respire, respire.
Mas isso é passado e eu tropeço
o rio ou açude ou represa
não importa o que nos afoga
a porta abre
e respira.
e todos os filmes de James Dean
não falo e você me escuta
o chuveiro e sua chuva
contida
a estrutura do dia
os nossos rostos
que se ursupam
a noite nos seus dentes
sangra
na sua respiração uma música
ameaçadora
só peço: respire, respire.
Mas isso é passado e eu tropeço
o rio ou açude ou represa
não importa o que nos afoga
a porta abre
e respira.
quarta-feira, janeiro 22, 2014
Que
Você seu seminazista
verde
seu seminaristazinho
a fruta verde que nos
assiste
não é maçã, a sua
flor
por quem eu cheiro
piano e chuva por
onde te
não vamos por esse
caminho
é só descer essa
escada
que a nossa raiva,
não vamos, passa
que eu te enojo ou me
despreza
antes, as suas costas
tão gráficas e
angulosas (que
continuo vendo)
onde nunca houve
ablução.
Nos deitamos pálidos
os tênis sujos
a cara torta dos recém-nascidos
mas os sorrisos (maduros
ou sementes?)
resumidos,
satisfeitos, sol o dia inteiro,
(se preferes) até a raiz
que roemos,
enfim,
espreguiçados ao
vento.
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