Iremos de viagem
ondas brilhantes
sairão de nossas cabeças
agora elas as responsáveis
por remar
pelas bocas das rodovias
saberemos contar em todas as línguas
e mais, em línguas antes não vividas
fadadas a se destruírem trocaremos
nossas roupas por troncos de velhas árvores
de canela que incutirão seu cheiro para sempre
na mente e nas mãos de quem nos ver passar
estaremos sempre no nosso
destino e não mais nele,
que será sempre secreto (mesmo a nós)
a fim de não mais lembrarmos como éramos ontem
Seremos mais comuns aos animais por onde passarmos
do que em frente ao espelho. Não haverá retorno
Não haverá retorno, todos dirão.
Fingindo temer o que desejamos embarcaremos
nesta Nau
naquela Nave
dentro de Rodas
com estas Asas
por aqueles Pés
e buscaremos o que antes ninguém nos perguntaria.
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