sábado, setembro 25, 2010

registrado


A era dos meus braços,
a faca existe duas vezes, matemática,
seguram
em caixas adormecem e as lembranças
não seguram, quem chegou depois.
o monstro gigante do passado, o seu olho torto.
mas a cara é toda minha, a crise
tudo esclarecido,
acabado.
eu não faço senso
e se me perguntar
parece que estou  fazendo

Jung p/ Freud

 
" Acato seu desejo de que abandonemos nossas relações pessoais, pois nunca imponho minha amizade a ninguém. O senhor mesmo é o melhor juiz do que este momento significa para o senhor. ' O resto é silêncio '".

sábado, setembro 18, 2010

que eu perdi, eu que achei --- pois são velhas luzes


cada hora a sua armagura
que sucumbe e
inventa posturas
que seus joelhos quebrados
não podem aguentar

podia ser um parente
mas está em outra rua
um vizinho doente
que acabam de achar

não quero escrever nada
que me conste
só a narração mais fria
a fila prum ônibus
depois do trabalho espera
um soldado neste dia.

o grito não desperta
nem o soco, o olhar
só a fome explode

e na morte, finalmente
nos cabe alguns passos
antes da descida,
nos puxam com mãos fortes.

sexta-feira, setembro 17, 2010

esquecido



e a morte dessa poesia
ainda estou paralizado
não importa, quem
trouxe essa noticia

finalmente acaba junto
na mesma maldição, o leitor
e quem leria,

o escritor permanece, todo
virado, resiliente
nos dias

terça-feira, setembro 07, 2010

origem

Cilada é o que sei
que preparou pra mim.
Não vá portanto olhar
sem nenhuma alma
pra essa linha falsa
imoral e sem amor.

Curso que se faz
à margem da vida
volta dada e
procurada.
o sentimento de
sua escolha
camuflado. Verso

segunda-feira, setembro 06, 2010

cristo

não é se salvando
sou ingênuo feito um autista
mas a raiva paranoica do esquizo
nas veias dos olhos, espero
o corvo vir comer, esfomeado
só as córneas, só as córneas
a mãe do corvo olha afastada, orgulhosa,
o que cria



sexta-feira, setembro 03, 2010

não faz muito tempo

todo mundo então
já dormiu com escorpiões
e a essa hora com esses traumas
nos seus ossos
unhas, cabelos e pele

mas sobrevivemos
não sei mais por quem falo
e o que falo a essa hora
noto o meu nervoso nas
mãos como seu não fosse eu
como se não fossem minhas

ainda arranco os pedaços
que posso
que possuo
de todo ar.
apesar de tudo sou somos resilientes