sexta-feira, fevereiro 18, 2011

No poço não há canto


Sei que não estou bem porque não escrevo
como uma carta a mim mesmo
a cara intacta, insubornável, das pessoas, todos os dias
e insisto no rádio quebrado, a minha explicação
o rosto o mesmo, sem espelho

um passeio depois da chuva, de guarda-chuva ainda
anseio.
a forma do que escrevo, um olho abundante num cerco.
à noite.

estou bem, à contracapa quando escrevo,
raiz das folhas observáveis
e no exercicío repetido da fala
luz numa fotografia jogada nos lençóis,
enlameada
ou  almejada.
sonhada.

2 comentários:

Strega disse...

Amei seus poemas!
Lindos!
Quero ler cada vez mais!!!
*---*

anne fab disse...

Gostei e bateu uma tristeza de enxergar algo aí.