segunda-feira, outubro 31, 2011

iguais

Nos meus corpos besouros evocam vacas choronas as pernas e Diana comendo doces e limões sozinhos com os próprios dentes remoendo Camões as mães a mesma lesma ou mel Nos meus contos, o louro as olimpíadas, a vitória a cobra sem maçã grande eco de um futuro alzheimer a mão que baba o pai de Kafka a chuva arrasta a chuva sem água. Grandes irmãos que com o tempo vão descriando provisões se alimentando de previsões somos animais em extinção a quem nos matar a recompensa em sua mesa o que desejar em sete gerações.

sábado, outubro 22, 2011

nos continuasse


Você também que odeia rua sem saída
proteste como se sua vida
estivesse na minha e ao entrar em uma dessas
a volta, um só caminho
voltasse, se contradizendo perdido
na própria cidade, no próprio bairro
Porque se ela continuasse nós
nós mesmos nos
encontraríamos

quarta-feira, outubro 05, 2011

Em Que Vivemos



gerard castello lopes




imagino a tesoura que se corta a si mesma
a corda enlarguecendo a presença
a fase da lua antecipando a luz que abriga
a conclusão o final, enlanguescendo
a terra crescendo sem sementes
os versos retrocessos comendo
a fatia do pão ainda pela manhã
quente como o vento, panos em sua testa demente
o amor escorrendo, caindo quase frio na bacia com água fria
os dias de quem anda requentando o líquido fingido
de quem não precisa um deus uma mãe
um espião na própria mente
os entes na floresta, na casa
todos que olham
o aniversário enviuvado,
a uva, o vinho errado
no desvão a mão que suporta.
e que escolta para o mundo