o gato está morto no asfalto
seus miolos pelos lados
insisto em ver pombos por ali
por baixo de suas penas
penas de abutre
enxergam odor e charme
comem o que podem, a hora se angustia
insisto em uma música que afugente
mas o passado escolhe os meus olhos
e ninguém me vê
preso na esquina alguma vida aparece
mexe em restos e desaparece como um rato
frascos vazios junto ao lixo
revelam algum remédio
mas como comprovar seu efeito
fico imaginando. A hora se fecha e
volto pra casa.
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