Meus sapatos andam no
teto, seguem
uma lógica alienígena a
mim
carregam dentro
algumas cicatrizes
não sei se minhas ou
de quem
ando descalço
pelos lábios que
estalam frases lidas,
rimas infantis
algumas noites percorrem
corpos que não falam.
vestido com meias e
calçados iguais a todos
amor de mãe, irmão,
atriz
de línguas que embalam
meu retorno
volto pra casa e venho
de longe – sempre
o que é de mim não é
remunerado
vai ao acaso, leva, o
amor alhures
chego em casa desencontrado
e sem sapatos –
impune.
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