domingo, janeiro 27, 2013

branco

tento fugir dessa perseguição branca
minha respiração branca
os dedos brancos
no sangue
na concordância branca
nas minhas palavras, no aceno de cabeça
no sim
fechado ou aberto dos olhos
que perpassam (consigo?) o jornal
branco, que dia que idade o ano
no sangue
mas não sou só eu
os vejo todos os dias
expirando sons sem cor nas caras
nas almas brancas
penso que preciso de uma arma, faca, carro
não penso
sei que sou visto mergulhado no escuro
(não vejo?)
todos flutuando no branco
todos têm nomes, sobrenomes, fomes
nos vemos todos os dias
no branco em que nos cumprimentamos.

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