domingo, janeiro 02, 2011

Aldeia sem Cavalos



a onda encharca o pouco que tínhamos
e frases de outros séculos embocam
nos lábios nos vidros nos limites
não sabemos mais ver,
a grossa água salgada só faz confundir
indelével, imaginável.
em outro lugar tentaríamos outras coisas
mas aqui não se parece,
logo depois que passamos tudo é
rasgado, inadvertido.
debaixo disso tudo resta algum rosto
agora mesmo vi, mas não me lembro
meu ou seu, o sentimento oposto
apesar de levantarmos todo dia
(e ver sóis e luas)
como sobreviventes.

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