sábado, setembro 23, 2006

A visão de uma colher comendo uma maçã



Essa maçã que se come
Faz em meu peito
Uma patologia sempre
Junta aos ossos deste peito
Esta maçã que comi
Não é maçã
Que foi que vi?
Que esqueci?
Não mais nada
Nesse mar vermelho
Nem tão vermelho
Findando
Maçã eu não comi
Novamente as centrais dracúlas
Tergiversando maquinalmente
Como o mais extinto dos animais
Com a sorte boa ou má do que vem.
Os dois murros podres
em qual parede?
Mas estou devendo muito.

Um comentário:

Lady Cronopio disse...

Tudo escrito com limpidez.
Espetáculo de letras derramadas em cérebros que se racham em corações que comem maçã ou não.
Delícia e ler.
Primoroso, Clayton.